“Cidadania participativa e ações sustentáveis"

O COMUNISMO FUNCIONA

De todas as experiências que tive com culturas e povos diversos ao Ribeirãopretanus canavialis a mais facinante é sem dúvida a dos Xavantes, povo indígena das terras brasileiras localizados no Estado do Mato Grosso, que se donominam A'wê Uptabi, que quer dizer "gente verdadeira". Meu primeiro contato com um Xavante, na infância, foi na casa do Amigo Sergei Fofanof, e o irmão em questão é o Tsetetó, que veio da então reserva Pimentel Barbosa, onde passei agradaveis e instrutivas noites e dias conhecendo a cultura. De menino a Cacique, Tsetetó me mostrou como todos da aldeia são donos de tudo e ninguem é dono de nada, que a terra nos é emprestada, para criarmos os filhos que a espiritualidade também nos empresta.
Já aqui na nossa terrinha, nossa cultura tomou outro rumo, tornamos-nos "possuidores de coisas" criamos um direito e uma legislação que garante a propriedade, de forma que isso também se enraizou de forma cultural, quem aqui não diz "esse lugar no sofá é meu" ? Se nós temos propriedade de coisas não abrimos mão de tê-la e não permitimos que se turbem essa situação, por esse ponto de vista sozinho o comunismo já não funciona, por mais altruístas que possamos nos sentir, "damos" apenas o que nos excede, e nos achamos caridosos. Como fica então a distribuição de terras e áreas urbanas ? Sem intervenção do governo é impossível que não haja conflitos, como o ocorrido em Ribeirão Preto, no mes de Julho do ano passado, na favela da Família, como o caso do Pinheirinho em São paulo e muitos outros conflitos rurais por todo o Brasil. A melhore forma de evitar-se os conflitos é se antecipar-se ao caos. A administração local deve usar de todos os meios para não permitir que aglomerações urbanas fora das regras de direito, se formem. Uma vez formada, há também solução, mais complicada mas há. Isso se chama conciliação, mas para isso deve haver comprometimento. Há equações que podem perfeitamente combinar CAPITAL e HUMANIDADE, PROPRIEDADE e DIGNIDADE. Não é preciso renascer Xavante. Tó oibá.

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