“Cidadania participativa e ações sustentáveis"


A miséria seria o princípio básico para se começar uma favela ? Acredito que não.
A ausência do Estado, então ? Sim.

Tomemos por exemplo o Bairro "Jardim Progresso" em Ribeirão Preto, área localizada a menos de dois km em linha reta do Ribeirão Shopping, "meca do consumo caipira", uma das áreas nobres mais valorizadas do Estado de São Paulo, com construções que chegam a valer R$10.000,00 o m².
O Jardim Progresso, tem tudo, menos progresso. Lá o serviço de coleta de lixo é medíocre; coleta de esgoto idem; viaturas policiais não se vê, coleta de entulho, necas; e assim as pessoas muitas trabalhadoras têm que se virar, da forma que podem.

Violência doméstica, doenças, desarranjo familiar, são características da sociedade como um todo, ricos e pobres, porém com tanta pobreza a coisa complica. Aparece então o "chefe" geralmente um homem de 30 a 40 anos, que toma para si a área e as pessoas tem que conviver sob seu jugo, que fomentado pela violência e financiado pela droga dão ao elemento a autoridade que deveria ser do ESTADO.


Começa-se então o ciclo financeiro, o "chefe" distribui paus e tábuas para construção dos barracos e começa a cobrar aluguel dessas pessoas, que pagam com venda de suas filhas e filhos para o aliciador que os aproveita ora à prostituição, ora ao tráfico e furtos com incremento de roubos e assassinatos.
E onde se encontra o ESTADO ? Em gabinetes. Solicitando estudos, analisando papéis, obedecendo o ócio, esperando que a burocracia devore as crianças, os velhos, a mulheres e os homens que por infelicidade ou desespero ali se instalaram.

Começou.
Agora como interromper, como reverter a situação e restituir a dignidade das pessoas ?
Fazendo exatamente o que se deve ser feito. Cletando o lixo e o esgoto. Urbanizando as praças tomadas por entulho, trasendo a ronda ostensiva policial, disponibilizando médicos, psicólogos, assistentes sociais, protegendo o patrimônio de quem legalmente o adquiriu, cuidando das pessoas que querem cuidar das pessoas. Abandonando o abandono.

Bom, essas coisas a Prefeita atual se esqueceu de como fazer, mesmo às vésperas da eleição.
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Ontém acabei recebendo algumas críticas por defender a volta de Educação Moral e Cívica aos bancos da escola.
O bom da crítica é que ela nos faz pensar e avaliar o caminho. Claro que não foi possível dormir, sem me valer dos velhos amigos livros e buscar remédio para uma alma inquieta.
Independentemente da forma como a Matéria foi imposta aos mestres e alunos, DECRETO-LEI de 12/09/1969, quando eu contava com apenas um ano de idade, o Art. 2º do decreto apresenta : a defesa do princípio democrático, preservação do espírito religioso, a dignidade da pessoa humana, preservação e fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana, culto à Pátria e aos seus simbolos, aprimoramento do caráter na dedicação à família e à comunidade, compreenção do direito e deveres dos brasileiros e o conhecimento da organização sócio-política-econômica do País, entre outras tantas.
Diz um parágrafo do livro que "O homem, sujeito e objeto da Educação moral, vive na ´Civitas´ . sua condição de cidadão é a fonte de relacionamento entre ele, seus concidadãos e a Cidade".

Mas vamos aos fatos, o que pode haver de errado em ensinar esses valores aos jovens Brasileiros ?
Em que prejudica um super jogador de futebol saber cantar o hino nacional, ou se posicionar de forma respeitosa frente à bandeira do país que representa ?

Tive esse tipo de ensino na escola e não me tornei um direitista e não cultou o militarismo, muito pelo contrário a maioria dos livros que leio são espiritualistas, biografias ou de história, brasileira e universal.


Não, não sou um literato, nem tenho a pretenção de ser. Sou apenas uma pessoa que pensa, fala o que pensa e age, e por isso incomodo quem prefere propagar o tchererê tchetchê.
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Estamos recebendo a 12ª Feira do Livro em Ribeirão Preto.
Não é, não poderia ser perfeita. Pequenos problemas organizacionais, de estrutura, de preços, de público, de juventude rebelde fazem parte da nossa feira.
São como estórias lidas em vários dos livros lá vendidos. Preços de R$1,00 a R$400,00 dão milhares de opções literárias aos transeuntes, leitores e comerciantes.
O espaço se não é o ideal mas é bom, entre jardins e fonte luminoza, entre monumentos arquitetônicos e esculturais. Sim a Feira do Livro veio para ficar.
Como todo evento público e gratuito não se pode limitar a entrada das pessoas, aí, precavida a organização vedou os bancos para evitar que a juventude mais rebelde se apoderasse do espaço para fazer baderna. Adiantou ? Não.
Como o que segura o gado dentro da cerca é o pasto, a falta dele faz o gado pular a cerca, no comportamento cívico o que segura essa rebeldia não é a polícia, mas a educação.
Em casa ensinamos os filhos a respeitarem as pessoas, mas na escola eles aprendem que professor que tem licensa médica para ir passear, falta abonada para ir fazer serviço de banco, diretor apadrinhado político sem concurso, formam um desrespeitoso conjunto de deseducação. Aluno na escola sem aula exerce a criatividade, sem orientação geralmente a vontade de badernar (época em que os hormônios estão bombando) impera.
Devemos começar um trabalho de Educação Moral e Cívica e também Filosofia nas escolas, a começar pela escolha de Diretor de Escola Municipal por Concurso, como fez pedir o Jogador Raí em texto anteriormente publicado.
As pessoas querem uma escola melhor, e estão de olho.

A tempo "O tumulto é a linguagem daqueles que ninguém entende". - Martin Luther King
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Continuando..., li um artigo do meu amigo Paulo Arruda, cronista do Jornal Enfoque de Ribeirão Preto, que me autorizou a reproduzir.
O título é Primavera Caipira, uma aluzão à Primavera Árabe, achei sensacional. 



Ribeirão Preto se encontra em uma daquelas circunstâncias capazes de nos levar a um ponto de não retorno. Mantidas as devidas proporções com os acontecimentos ocorridos no mundo árabe, a política da cidade vem sendo convulsionada há pouco menos de um ano, coisa típica do encontro quase sempre conflitante entre o novo e o velho.

A forma de se fazer política nestes canaviais é arcaica, e a vanguarda do atraso deitou raízes profundas em nosso solo. Parece haver uma convicção de que a política é necessariamente fisiológica, na qual tudo se resolve na base da troca. Trocam-se os nomes e as práticas permanecem as mesmas, com os resultados esperados: o loteamento de cargos, secretarias e departamentos dá origem a um Frankenstein que não pode ser administrado, divergentes que são os interesses pessoais e paroquiais dos donatários das sesmarias.

Presenciamos aberrações como quase todo um Legislativo cooptado pelo Executivo, ocasião em que põe de lado sua obrigação constitucional de fiscalizar os atos da administração pública. Projetos de lei são aprovados com falhas gritantes, isto quando não colocam toda uma cidade de mais de 600.000 habitantes em risco devido ao vácuo jurídico provocado por um equivocado projeto de uso e ocupação do solo e que ainda por cima recebeu emendas de autoria desconhecida (?) que tornaram pior o que já era ruim.

O mesmo viés pode ser observado nas votações da PPP do lixo, do transporte público, e por aí vai. As pessoas intuitivamente percebem que algo está muito errado, mas são naturalmente desarticuladas e até há pouco tempo o que se via e ouvia não ia além de muxoxos de descontentamento.

No final de maio do ano passado, a maré começou a virar. O início da reação popular pode ser datado no episódio da detenção do ex-vereador Oliveira Junior, por dirigir sob efeito de álcool e por desacato à autoridade. A Câmara Municipal fugiu à responsabilidade de julgar um de seus pares, alegando a inexistência da figura da quebra de decoro parlamentar em seu Regimento Interno.

O movimento Por uma Ribeirão Melhor foi à luta e promoveu uma campanha que resultou na cassação do parlamentar, apesar do flagrante corporativismo da Casa. Foi o começo de uma série de mobilizações da sociedade civil nunca antes vista nestes canaviais: movimentos sociais e entidades de classe lograram impedir o aumento para 27 cadeiras na CMRP, novidades como o Panelaço fizeram a edilidade voltar atrás também na questão do aumento no valor de seus subsídios.

A cada falha do poder público, a sociedade, mais e mais organizada, dá sua resposta, como pode ser constatado na não-participação da cidade no Virada Cultural Paulista: tivemos o Se Vira Ribeirão, viabilizado em pouco tempo e sem recursos públicos. O sucesso foi grande a ponto de incomodar quem foi omisso, com direito a tentativas frustradas da Fiscalização Geral de tentar “melar” parte do evento sob a alegação burocrática da ausência de alvará, uma preocupação que não notamos no dia-a-dia.

Por trás de toda esta movimentação estão as redes sociais, notadamente o Facebook, o mesmo instrumento presente no Egito, na Tunísia e na Líbia. A política arcaica ainda não se deu conta do poder que esta tecnologia coloca à disposição de quem pretende se articular. Também não compreendeu que a velocidade da informação mudou: ela agora é rápida, o que faz com que tentativas de se represar movimentos de contestação morram no nascedouro. É enorme a quantidade de grupos “do bem” (entenda-se “a favor”) que simplesmente derreteram quando as intenções de suas lideranças vieram à luz do dia.

São gritantes a necessidade e o anseio de renovação em nosso meio político. O modo antigo já não é capaz de atender às necessidades mínimas das pessoas, e os atores principais, em sua grande maioria, não são representativos de nada a não ser seus interesses e os de seus financiadores de campanhas eleitorais.

A renovação chegará, como um parto que não pode ser interrompido. Em 2008 a Internet foi decisiva na escolha do voto de cerca de 2% do eleitorado. Este percentual subiu para 12% nas eleições de 2010, e o Facebook ainda não havia “pegado”. Sem exercícios de futurologia dá para prever algo muito maior em 2012. A troca de personagens deverá ser grande, e sem dúvida haverá um salto qualitativo, uma necessidade que queremos ver se materializando.

Só depende de nós.

Paulo de Queiroz Arruda Filho é consultor de Tecnologia da Informação.



Precisei completar esse texto justamente para esclarecer a minha posição.
Algum tempo atrás pensei em alguma campanha que pudesse ajudar a conscientizar as pessoas da necessidade de mudança política, a criatividade disparou, então precisava de algo que lapidasse a frase "a única coisa que não muda no mundo é a necessidade de mudança".
Tentei traser para a política de uma forma simples e fácil de persepção coletiva.
Felizmente faço parte de um Partido Político que tem opiniões diversas, plurais. Criei então um slogan para as próximas eleições :
que em breve correrá as ruas paralelamente ao criado pelos companheiros de movimento "Por Uma Ribeirão Melhor" com a campanha : TROQUE OS 20, que já está na rua.
Enquanto alguns reclamam que não há vento, eu prefiro alçar as velas.

Segue agora o texto anterior :
Foi útil, não foi ?
Os primeiros celulares que tivemos aqui no Brasil (pelo menos o que eu tive) foi um Elite, da Motorola. Com ele a gente podia fazer ligação e receber ligação. Só. Mas como era bom ! Não é que dispensava o fio, você podia sair do bairro com ele que o velho tijolão dava conta, você só tinha que deixar a noite inteira carregando.
A tecnologia veio para ficar, ou melhor para trocar, para renovar, para reciclar.
Alguns políticos não se "ligaram" nem conseguiram ser "ligados" para os novos meios de comunicação, o computador e a internet que vieram na sequência cronológica deram ao povo a mesma liberdade que os tijolões nos davam para sair do bairro. A internet permitiu que entrássemos na casa das pessoas e as pessoas na nossa vida.
Enquanto alguns jornais patrocinados pelo poder público se calavam ao verdadeiro jornalismo, as pessoas faziam notícias na rede. Mas os nossos velhos homens esqueciam-se que ali estaria a nova política, ali estava o segredo de praticar humildade ouvindo o que as pessoas queriam falar.
Vemos que essa revolução mudará a forma de se fazer compras, encontrar amores, encontrar amigos e fazer política...Aos que entram sejam bem-vindos, aos que saem levem a lição. Reciclagem, Redução, Renovação.
Ah..., lembrete... Não se inventa caráter, não se enche de conteúdo alguém do dia para a noite, não há política de uma tecla só. Modernizem-se, mas sem conteúdo o prazo de validade é mutíssimo curto.
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Aqui perto da casa de minha mãe, uma senhora católica de 77 anos, ontem a tarde, dia das mãe, dia de Nossa Srª de Fátima, dia de final de campeonato paulista de futebol, dia de frio, teve carnaval.
O II Carnagay não foi exatamente um sucesso de público, por todos os motivos elencados, mas foi sim um dia de se comemorar algumas conquistas.
Não estou falando de "senvergonhice", "safadeza" ou outros adjetivos para discriminar ou humilhar um grupo de cidadãos e cidadãs que recolhem impostos, que são filhos, mães, pais. Estou falando exatamente da plenitudo do gozo dos direitos de ser diferente.
Quantos "crentes" são discriminados ? Os "biblias de suvaco" gostam de ser chamados assim ? Quantos negros, campeões da discriminação, gostam de "ter que" alisar o cabelo ? Quantos obesos gostam de frequentar lojas de shopping center ?
Pois o presidente dos Estados Unidos está para entrar para história de vez ao autorizar o casamento homoafetivo. O sambista, negro, Alexandre Pires, está para ser enquadrado por racismo por conta de um show em que dançarinos se vestem de macacos. A atriz loira Carolina Dieckmann a contra gosto já teve suas fotos íntimas visitadas por 8 milhões de pessoas sentindo-se vítima de "uma mídia sedenta por sexo".
E nós ? Já conseguimos aceitar a diferença e "amar ao próximo como a nós mesmos" ?
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"Sinhô, eu só queria dar um teto pros meus fio", foi com essa frase lembrada hoje pela manhã, de uma mãe que encontrei uma vez na favela que me coloquei a pensar sobre as dificuldades espirituais e materiais de ser mãe.
As espirituais, não farão com que pensemos as mazelas da vida na favela, do ponto de vista cidadão, mas então vamos às materiais.
A foto que ilustra essa postagem é de Luciene e seu filhinho Mateus, que foram desalojados da Favela da Família e nunca assentados em uma casa ou apartamento desses dos programas sociais federais. O motivo, a falta de planejamento público.
Luciene com dois filhos e marido não trabalha, não tem onde deixar Matheus e seu irmão, o marido dela faz pequenos bicos e aufere por volta de R$800,00 por mês, não tem como comprovar essa renda.
Eles também não tem "cadastro" na Cohab, pois várias vezes "as listas" sumiram, aqui ou lá. O papelzinho já amarelado, dobrado e desdobrado fica no fundo da bolsa aguardando que por um milagre ele venha a valer alguma coisa um dia.
Essa mãe de olhos tristes e esperançosos passa hoje mais um dia das mães dentro de um barraco de madeirit e lonas plásticas, Matheus sobreviveu do ano passado para esse e já começa a enfrentar mais um inverno entre poeira e frio.
Luciene não tem mais leite no peito para alimentar o menino, também lhe faltam todos os tipos de víveres, falta-lhe banheiro com água, falta-lhe água.
O que falta a Luciene e sua família no dia das mães... é justamente o olho maternal de uma administração pública que se orgulha em se dizer mãe-dos-pobres.
Feliz dia das mães !
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Aos dezessete anos fui morar na Austrália, eu era um jovem intercambiário do Rotary.
Cheio de curiosidade e de interesse pela cultura local, cheguei lá no dia 26 de janeiro, dia da Austrália, havia uma festividade enorme, fogos de artifícios, churrascos, música que celebravam o dia da chegada do Capitão James Cook que tomava posse daquele imenso território para a coroa Britânica, e eu..., achava que aquilo tudo era para mim. Conforme o tempo foi passando e eu aprendendo o idioma da Rainha Elisabeth, fui percebendo que não, a Austrália não era igual ao Brasil, as pessoas se respeitavam e respeitavam as instituições de uma forma que me causava uma grande admiração.
O interessante era que esse respeito chegava às gôndolas dos supermercados, muito antes de falarmos em Código de Defesa do Consumidor. Eu ficava admirado ao ver que todos produtos tinham código de barra, data de validade, etc, isso em 1986.
Para angariar algum dinheiro a meninada coletava garrafas de cerveja "descartáveis" e latinhas, e cada uma valia AUD$0,05, que eram trocadas em dinheiro no próprio supermecado (logística inversa). Essas embalagens sempre me causaram uma certa atração, pois lá já haviam tampas, rótulos, legislação muito, mas muito evoluídas e essa curiosidade e vontade de ter igual, me levaram 26 anos depois a ter as minhas cervejas.
Eu queria uma cerveja especial, que premiasse o apreciador, que encantasse com os olhos antes de surpreender com o paladar, o aroma, a esclusividade, algo como acontecia lá na Austrália, onde bebidas alcoólicas só podiam ser vendidas a maiores de 18 anos, antes do nosso Código de Defesa da Criança e do Adolecente.
Foi preciso uma idéia, associar tudo isso a outra paixão, a pecuária (meu outro negócio), precisei encontrar o artista certo para desenvolver as marcas, o advogado especializado para registrá-las, e o mestre cervejeiro para fazê-las, da forma que eu imaginava.
Assim nasceram as marcas Ongole e Gir, uma pilsener, a outra de trigo, uma homenageando a maior raça de carne e a outra de leite do mundo do Zebu (Bos indicus) pronto as paixões se casaram.
Me perguntam, o que isso tem a ver com cidadania ? Isoladamente muito pouco, mas o conjunto da obra que  é acumular conhecimentos, aproveitar a experiência dos melhores, buscar entre os bons seus melhores talentos, perceber que quando várias pessoas se juntam para criar, a obra nasce pronta. Seja na educação, na inovação, no empreendimento com geração de impostos, emprego e amizades mais fortes, tudo que fazemos com amor e dedicação ajuda a polir o cidadão.
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