Continuando..., li um artigo do meu amigo Paulo Arruda, cronista do Jornal Enfoque de Ribeirão Preto, que me autorizou a reproduzir.
O título é Primavera Caipira, uma aluzão à Primavera Árabe, achei sensacional.
Precisei completar esse texto justamente para esclarecer a minha posição.
Algum tempo atrás pensei em alguma campanha que pudesse ajudar a conscientizar as pessoas da necessidade de mudança política, a criatividade disparou, então precisava de algo que lapidasse a frase "a única coisa que não muda no mundo é a necessidade de mudança".
Tentei traser para a política de uma forma simples e fácil de persepção coletiva.
Felizmente faço parte de um Partido Político que tem opiniões diversas, plurais. Criei então um slogan para as próximas eleições :
que em breve correrá as ruas paralelamente ao criado pelos companheiros de movimento "Por Uma Ribeirão Melhor" com a campanha : TROQUE OS 20, que já está na rua.
Enquanto alguns reclamam que não há vento, eu prefiro alçar as velas.
Segue agora o texto anterior :
Foi útil, não foi ?
Os primeiros celulares que tivemos aqui no Brasil (pelo menos o que eu tive) foi um Elite, da Motorola. Com ele a gente podia fazer ligação e receber ligação. Só. Mas como era bom ! Não é que dispensava o fio, você podia sair do bairro com ele que o velho tijolão dava conta, você só tinha que deixar a noite inteira carregando.
A tecnologia veio para ficar, ou melhor para trocar, para renovar, para reciclar.
Alguns políticos não se "ligaram" nem conseguiram ser "ligados" para os novos meios de comunicação, o computador e a internet que vieram na sequência cronológica deram ao povo a mesma liberdade que os tijolões nos davam para sair do bairro. A internet permitiu que entrássemos na casa das pessoas e as pessoas na nossa vida.
Enquanto alguns jornais patrocinados pelo poder público se calavam ao verdadeiro jornalismo, as pessoas faziam notícias na rede. Mas os nossos velhos homens esqueciam-se que ali estaria a nova política, ali estava o segredo de praticar humildade ouvindo o que as pessoas queriam falar.
Vemos que essa revolução mudará a forma de se fazer compras, encontrar amores, encontrar amigos e fazer política...Aos que entram sejam bem-vindos, aos que saem levem a lição. Reciclagem, Redução, Renovação.
Ah..., lembrete... Não se inventa caráter, não se enche de conteúdo alguém do dia para a noite, não há política de uma tecla só. Modernizem-se, mas sem conteúdo o prazo de validade é mutíssimo curto.
O título é Primavera Caipira, uma aluzão à Primavera Árabe, achei sensacional.
Ribeirão
Preto se encontra em uma daquelas circunstâncias capazes de nos levar a um
ponto de não retorno. Mantidas as devidas proporções com os acontecimentos
ocorridos no mundo árabe, a política da cidade vem sendo convulsionada há pouco
menos de um ano, coisa típica do encontro quase sempre conflitante entre o novo
e o velho.
A
forma de se fazer política nestes canaviais é arcaica, e a vanguarda do atraso
deitou raízes profundas em nosso solo. Parece haver uma convicção de que a política
é necessariamente fisiológica, na qual tudo se resolve na base da troca.
Trocam-se os nomes e as práticas permanecem as mesmas, com os resultados
esperados: o loteamento de cargos, secretarias e departamentos dá origem a um
Frankenstein que não pode ser administrado, divergentes que são os interesses
pessoais e paroquiais dos donatários das sesmarias.
Presenciamos
aberrações como quase todo um Legislativo cooptado pelo Executivo, ocasião em
que põe de lado sua obrigação constitucional de fiscalizar os atos da
administração pública. Projetos de lei são aprovados com falhas gritantes, isto
quando não colocam toda uma cidade de mais de 600.000 habitantes em risco
devido ao vácuo jurídico provocado por um equivocado projeto de uso e ocupação
do solo e que ainda por cima recebeu emendas de autoria desconhecida (?) que
tornaram pior o que já era ruim.
O
mesmo viés pode ser observado nas votações da PPP do lixo, do transporte
público, e por aí vai. As pessoas intuitivamente percebem que algo está muito
errado, mas são naturalmente desarticuladas e até há pouco tempo o que se via e
ouvia não ia além de muxoxos de descontentamento.
No
final de maio do ano passado, a maré começou a virar. O início da reação
popular pode ser datado no episódio da detenção do ex-vereador Oliveira Junior,
por dirigir sob efeito de álcool e por desacato à autoridade. A Câmara
Municipal fugiu à responsabilidade de julgar um de seus pares, alegando a
inexistência da figura da quebra de decoro parlamentar em seu Regimento
Interno.
O
movimento Por uma Ribeirão Melhor foi à luta e promoveu uma campanha que
resultou na cassação do parlamentar, apesar do flagrante corporativismo da
Casa. Foi o começo de uma série de mobilizações da sociedade civil nunca antes
vista nestes canaviais: movimentos sociais e entidades de classe lograram
impedir o aumento para 27 cadeiras na CMRP, novidades como o Panelaço fizeram a
edilidade voltar atrás também na questão do aumento no valor de seus subsídios.
A
cada falha do poder público, a sociedade, mais e mais organizada, dá sua
resposta, como pode ser constatado na não-participação da cidade no Virada
Cultural Paulista: tivemos o Se Vira Ribeirão, viabilizado em pouco tempo e sem
recursos públicos. O sucesso foi grande a ponto de incomodar quem foi omisso,
com direito a tentativas frustradas da Fiscalização Geral de tentar “melar”
parte do evento sob a alegação burocrática da ausência de alvará, uma
preocupação que não notamos no dia-a-dia.
Por
trás de toda esta movimentação estão as redes sociais, notadamente o Facebook,
o mesmo instrumento presente no Egito, na Tunísia e na Líbia. A política
arcaica ainda não se deu conta do poder que esta tecnologia coloca à disposição
de quem pretende se articular. Também não compreendeu que a velocidade da
informação mudou: ela agora é rápida, o que faz com que tentativas de se
represar movimentos de contestação morram no nascedouro. É enorme a quantidade
de grupos “do bem” (entenda-se “a favor”) que simplesmente derreteram quando as
intenções de suas lideranças vieram à luz do dia.
São
gritantes a necessidade e o anseio de renovação em nosso meio político. O modo
antigo já não é capaz de atender às necessidades mínimas das pessoas, e os
atores principais, em sua grande maioria, não são representativos de nada a não
ser seus interesses e os de seus financiadores de campanhas eleitorais.
A
renovação chegará, como um parto que não pode ser interrompido. Em 2008 a
Internet foi decisiva na escolha do voto de cerca de 2% do eleitorado. Este
percentual subiu para 12% nas eleições de 2010, e o Facebook ainda não havia
“pegado”. Sem exercícios de futurologia dá para prever algo muito maior em
2012. A troca de personagens deverá ser grande, e sem dúvida haverá um salto
qualitativo, uma necessidade que queremos ver se materializando.
Só
depende de nós.
Paulo
de Queiroz Arruda Filho é consultor de Tecnologia da Informação.
Precisei completar esse texto justamente para esclarecer a minha posição.
Algum tempo atrás pensei em alguma campanha que pudesse ajudar a conscientizar as pessoas da necessidade de mudança política, a criatividade disparou, então precisava de algo que lapidasse a frase "a única coisa que não muda no mundo é a necessidade de mudança".
Tentei traser para a política de uma forma simples e fácil de persepção coletiva.
Felizmente faço parte de um Partido Político que tem opiniões diversas, plurais. Criei então um slogan para as próximas eleições :
que em breve correrá as ruas paralelamente ao criado pelos companheiros de movimento "Por Uma Ribeirão Melhor" com a campanha : TROQUE OS 20, que já está na rua.
Enquanto alguns reclamam que não há vento, eu prefiro alçar as velas.
Segue agora o texto anterior :
Foi útil, não foi ?
Os primeiros celulares que tivemos aqui no Brasil (pelo menos o que eu tive) foi um Elite, da Motorola. Com ele a gente podia fazer ligação e receber ligação. Só. Mas como era bom ! Não é que dispensava o fio, você podia sair do bairro com ele que o velho tijolão dava conta, você só tinha que deixar a noite inteira carregando.
A tecnologia veio para ficar, ou melhor para trocar, para renovar, para reciclar.
Alguns políticos não se "ligaram" nem conseguiram ser "ligados" para os novos meios de comunicação, o computador e a internet que vieram na sequência cronológica deram ao povo a mesma liberdade que os tijolões nos davam para sair do bairro. A internet permitiu que entrássemos na casa das pessoas e as pessoas na nossa vida.
Enquanto alguns jornais patrocinados pelo poder público se calavam ao verdadeiro jornalismo, as pessoas faziam notícias na rede. Mas os nossos velhos homens esqueciam-se que ali estaria a nova política, ali estava o segredo de praticar humildade ouvindo o que as pessoas queriam falar.
Vemos que essa revolução mudará a forma de se fazer compras, encontrar amores, encontrar amigos e fazer política...Aos que entram sejam bem-vindos, aos que saem levem a lição. Reciclagem, Redução, Renovação.
Ah..., lembrete... Não se inventa caráter, não se enche de conteúdo alguém do dia para a noite, não há política de uma tecla só. Modernizem-se, mas sem conteúdo o prazo de validade é mutíssimo curto.