"Sinhô, eu só queria dar um teto pros meus fio", foi com essa frase lembrada hoje pela manhã, de uma mãe que encontrei uma vez na favela que me coloquei a pensar sobre as dificuldades espirituais e materiais de ser mãe.
As espirituais, não farão com que pensemos as mazelas da vida na favela, do ponto de vista cidadão, mas então vamos às materiais.
A foto que ilustra essa postagem é de Luciene e seu filhinho Mateus, que foram desalojados da Favela da Família e nunca assentados em uma casa ou apartamento desses dos programas sociais federais. O motivo, a falta de planejamento público.
Luciene com dois filhos e marido não trabalha, não tem onde deixar Matheus e seu irmão, o marido dela faz pequenos bicos e aufere por volta de R$800,00 por mês, não tem como comprovar essa renda.
Eles também não tem "cadastro" na Cohab, pois várias vezes "as listas" sumiram, aqui ou lá. O papelzinho já amarelado, dobrado e desdobrado fica no fundo da bolsa aguardando que por um milagre ele venha a valer alguma coisa um dia.
Essa mãe de olhos tristes e esperançosos passa hoje mais um dia das mães dentro de um barraco de madeirit e lonas plásticas, Matheus sobreviveu do ano passado para esse e já começa a enfrentar mais um inverno entre poeira e frio.
Luciene não tem mais leite no peito para alimentar o menino, também lhe faltam todos os tipos de víveres, falta-lhe banheiro com água, falta-lhe água.
O que falta a Luciene e sua família no dia das mães... é justamente o olho maternal de uma administração pública que se orgulha em se dizer mãe-dos-pobres.
Feliz dia das mães !